Batuque é um privilégio
Vou direto ao: estou
criando mais um blog – oh vida! – para relatar minhas experiências com a
escrita no mundo digital. Se você, como eu, decidiu fazer da literutura ou da arte,
whatever, a sua vida, aprochegue-se. Tentarei poupá-lo das
minhas dores decorrentes do processo da escrita(o que me fez uma escritora
desesperada; uma escritora sem livro publicado ainda. Mas o escritor moderno é
um pouco de tudo: blogueiro, palhaço, publicitário, palestrante e às vezes um
escritor sem livro publicado!). Dessa forma, o motivo deste diário (sou tão
antiga) é relatar a minha tentativa de viver da escrita navegando no mundo
digital, diga-se: Kindle, Kindle Fire, Apple Ipad, Iphones...
Começo Tudo começou
com a ideia abstrata de um livro de aventuras, infanto-juvenil. Não quero
entrar em detalhes do meu antes. Da minha vida. Eu decidi desde cedo, com impulso
febril, ser jornalista. Por que? Porque queria escrever. Bom, do pouco jornalismo que pratiquei restou-me uma ressaca sentimental. O jornalismo
que eu queria – cultural,romântico – hoje em dia não serve nem pra enrolar o
peixe podre do dia seguinte. Abandonei o jornalismo em partes. Em 2006 fui
morar na Espanha e o tempo passou como se me desse uma bofetada,e aqui estou eu
morando em Londres há quase três anos. Durante esse tempo, quero ressaltar, fiquei
confusa e desesperada. Perdi a noção do que queria fazer. Trabalhei em
lanchonetes, limpei chão, etc. A vontade de escrever continuava dentro de mim;
acumulei o desejo, um dia colocaria tudo pra fora, pensava.
Agora, darei um
salto, detalhes não importam tanto.Em 2009 eu tive então a ideia de escrever
meu primeiro livro (não posso fazer nenhum comentário sobre, pelo simples
motivo: enviei o tal livro pra alguns concursos que não aceitam obras que
tenham sido divulgadas, me calo).No primeiro instante, não me levei a sério. Escrevi
a introdução e desisti depois do primeiro capítulo. Desistir é tentador!
Um ano depois, com
ajuda e total incentivo de um tio escritor, voltei a pensar no livro. Comecei a
planejá-lo, a criar os personagens, a pesquisar sobre o lugar da estória... Enfim,
terminei- o no segundo semestre de 2012. Falo assim, como se nem tivesse doído,
mas encravou unha, coração e alma. Foi difícil pra ca-ram-ba! Agora é a luta para
publicá-lo, e a jornada é pedregosa.
Durante o processo
de finalização do livro eu me deprimi bastante. Entrei numa crise existencial
sem tamanho. Comecei a fazer terapia, a buscar sentido... quando o sentido
estava ali diante de mim, mas exigia-me forças pra não desistir. Larguei o
trabalho que não me fazia feliz, ‘desparafusei’. Sem trabalhar, concentrei-me na
edição final do livro e entre outras coisas, concentrei-me no desejo de sonhar.
É possível fazer o que se gosta? Sim, sem esperar muito em troca. Apenas uma rima.
Finalizado o livro,
veio-me a necessidade de criar algo novo (keep writing), procurar trabalho ao
mesmo tempo(viver sem grana é impossível!)e tentar equilibrar um trabalho sem
vocação para, com a escrita desejo. Não tem sido fácil. Mas nesse tempo de
folga, tive o privilégio de dedicar-me à contemplação dos dias, das horas e do
pensamento. Conclusão: o mais importante é escrever. Se as coisas que escrevo
venderão, quem vai saber! Eu sei que bunda vende como água, mas... Esse mundo
não me parece muito justo mesmo, e eu não sei escrever sobre dicas de
maquiagens e relacionamentos. Só quero escrever o que tenho vontade. E ponto.
Infelizmente, não
tenho uma receita de sucesso. Meu livro ainda está “engavetado” enquanto aguardo notícias desses concursos
literários... Por outro lado, editoras as quais entrei em contato, nem sequer
aceitam receber o original para leitura... Como os novos autores sobrevivem, não
sei. Quer dizer, sei: vivem desesperados, como eu.
Novo projeto Comecei a escrever um livro de contos e já o
tenho quase “prontito” para ser publicado. É aqui onde queria chegar, ufa! Quando
alguém se propõe a trabalhar com arte, literatura, tem que ter a cabeça
fresquinha e manter o foco. Como não vou abusar da paciência de Deus e implorar-lhe
que me salve!, me ajude, decidi fazer por mim mesma.
Estou organizando-me para
publicar esse livro de contos no meio digital, para leitores de e-book. Sei que a coisa ainda não ‘colou’
no Brasil (pelo que tenho acompanhado) mas aqui na Inglaterra não se fala em
outra coisa. Um e-book é tão normal
quanto um livro de papel. O importante é ler e o Brasil precisa aprender essa
lição básica.
Depois desse bla bla
bla, caso tenha interesse em seguir-me: pretendo contar sobre o processo de escrita, de publicação digital, etc. Quem sabe isso servirá de apoio
a algum escritor inciante(amador)como eu?
Que não se desespere,
espere! Se você acredita que tem talento (e não tenha medo de assumir o
talento), não pare de escrever – essa é a minha dica-clichê do dia (taí, tenho
várias dicas clichês). O talento é um privilégio. E uma coisa é certa, pode-se
aprender a ser médico, físico, advogado, mas não existe escola que ensine uma
pessoa a se tornar escritor. A escola da vida,sim, com uma boa palmatória.
maravilhoso, querida... como sempre!!!!
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